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Associações Orquidófilas
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Bifrenaria
Um importante centro de biodiversidade no Rio de Janeiro onde existem quase todas as espécies de Bifrenaria da mata atlântica.
Outro local do Rio de Janeiro habitado pelas Bifrenaria.
As Bifrenaria existem desde o norte da América do Sul, uma espécie também em Trinidad, até o Rio Grande do Sul, no entanto divididas por duas áreas isoladas:[4] a Floresta Amazônica, e a região da Mata Atlântica do Brasil. Esta última, onde dezessete espécies se fazem presentes, pode ser considerada seu centro de dispersão recente. A área montanhosa dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo é particularmente rica, com quinze espécies registradas. A Serra dos Órgãos no Estado do Rio de Janeiro é referenciada como habitat de catorze das Bifrenaria.[5] No entanto sabemos hoje que algumas destas espécies são sinônimas,[6] sendo mais provável que ali estejam cerca de onze espécies.
As espécies de flores grandes são mais comuns na região sudeste do Brasil, contudo, existem desde as áreas mais iluminadas do litoral até áreas montanhosas bem iluminadas dos estados de Minas Gerais e Bahia, desde quase o nível do mar até cerca de 2.000 metros de altitude, algumas espécies atingindo até o Rio Grande do Sul.[7] Não há espécies deste grupo na Amazônia. Algumas espécies vivem apoiadas diretamente nas pedras do Pão de Açúcar no Rio de Janeiro as quais podem ser observadas pelos passageiros que pegam o bondinho. Os centros recentes de irradiação deste grupo são a zona litorânea da Serra do Mar e as altas serras de Minas Gerais.[8] A espécie mais comum deste grupo, dispersa desde o Rio Grande do Sul até a Bahia, é a B. harrisoniae.[9]
As espécies menores, do grupo Adipe, são mais comuns em áreas menos iluminadas e mais úmidas, podendo ser encontradas de 300 até cerca de 1.600 metros de altitude.[5] Seis espécies são nativas das montanhas da Serra do Mar e seus braços, local considerado o centro de dispersão das espécies pequenas. Apenas três espécies habitam a Amazônia, a Bifrenaria venezuelana, B. longicornis e a B. steyermarkii, nenhuma delas em altitudes acima de 1.450 metros, apesar de serem muito mais comuns em baixas altitudes.[10] A espécie mais comum é a B. aureofulva,[11] no entanto, pela conformação geográfica do território que habita, a B. longicornis é a espécie espalhada por maior área, atingindo a Colômbia, Venezuela, Peru, Suriname, Guianas, Trinidad e toda a área amazônica do Brasil.[12]
Duas espécies parecem ser endêmicas de áreas bastante restritas: a B. silvana que foi descoberta em 1987 na Serra da Ouricana perto de Itororó, na Bahia e faz parte do grupo das espécies pequenas;[13] e a B. verboonenii, descoberta em setembro de 1995 na Serra do Cipó, próximo a Diamantina, em Minas Gerais, do grupo das grandes.[14]
Área de campos rupestres em Minas Gerais onde existem algumas das espécies grandes de Bifrenaria.
As espécies de Bifrenaria habitam três tipos de ambientes. As espécies grandes costumam viver em áreas bem iluminadas, ocasionalmente de maneira epífita em árvores de folhagem rala, mais frequentemente de forma rupícola, em campos rupestres ou sobre rochas em áreas abertas das florestas. A B. tyrianthina é exclusivamente rupícola,[15] a B. tetragona e a B. wittigii raramente. A B. atropurpurea é a única que tem sido encontrada vivendo de forma terrestre, mas em raras ocasiões. São espécies que apresentam crescimento cespitoso.[10]
As espécies pequenas do sudeste preferem florestas úmidas de montanha, onde aparecem em locais muito mais sombreados que as espécies grandes. Nestas florestas a temperatura apresenta sensível diferença entre o dia e a noite e também durante as estações ao longo do ano. São plantas de crescimento cespitoso, quase que na totalidade epífitas, apesar de haver pelo menos um registro da Bifrenaria aureofulva vivendo de maneira rupícola, na Chapada Diamantina, Bahia.[16]
As espécies pequenas da Amazônia habitam florestas tropicais de baixa altitude e florestas equatoriais. A Bifrenaria longicornis é encontrada principalmente nas várzeas dos igapós e igarapés, e mesmo algumas campinas onde a umidade é muito elevada e a temperatura mais ou menos constante ao longo dos dias e do ano, normalmente habitando locais iluminados, porém sem luz direta.[17] A B. venezuelana habita matas mais elevadas, em regiões mais próximas aos Andes.[18] As espécies da Amazônia são epífitas e as únicas Bifrenaria a apresentarem crescimento escandente.
A Bifrenaria steyermarkii, apesar de também ser uma espécie habitante da Amazônia, e possivelmente não ser uma verdadeira Bifrenaria, habita áreas ainda mais altas, por volta de 1.500 metros de altitude, em Roraima, no Brasil, e áreas próximas na Venezuela e Suriname.[19]
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